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Publicado: 16 Junho 2014,
Em obras na área da Companhia Docas de Santana desde o final do ano de 2012, a empresa Companhia Norte de Navegação e Portos S.A (CIANPORT) tem acelerado a construção de três silos para armazenamento de grãos no porto.
Após a preparação da fundação dos silos, durante o ano de 2013, a empresa começou a montagem dos silos no início deste ano. Cerca de 60% já foi montado do primeiro silo. A previsão da CIANPORT é que em 95 dias finalizem a montagem dos três silos.
Segundo o gerente da empresa no Amapá, Gilberto Coelho, todos os materiais para a construção dos silos foram enviados do Rio Grande do Sul. Mas, a maior parte da mão-de-obra está sendo do Estado do Amapá. “Investimos na mão-de-obra local, é tanto que 95% dos nossos funcionários são do Amapá”, afirmou o Gerente.
Montagem
Com altura de 30 metros, a primeira parte a ser construída do silo é a sua fundação civil, em seguida monta-se o teto para que depois sejam colocados os anéis. Cada silo terá a capacidade para armazenar 18 mil toneladas de grãos. Em média, A montagem de cada um leva 30 dias para ser finalizada.
Entenda como vai funcionar
Segundo Luiz Antonio Pagot, ex-presidente do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), durante entrevista ao Valor, esta é a primeira parte de um projeto mais ambicioso. Além da construção dos silos na área da CDSA, a empresa dará início à construção de um porto privativo, na Ilha de Santana, onde terá uma frota fluvial de 60 barcaças e seis empurradores. Juntas, essas obras para o escoamento pelo Norte demandarão aporte de R$ 613 milhões, a maior parte financiado.
Na nova rota para os grãos, parte da soja e do milho produzidos no Centro-Oeste seguirão de caminhão pela BR-163 até o distrito paraense de Miritituba, à margem direita do rio Tapajós, onde será transferida a barcaças que descerão até o porto de Santana. Após 2017, esse escoamento também deverá já contar com a opção do Terminal de Uso Privativo (TUP), na Ilha de Santana. A fábrica de processamento ficará perto dele.
Segundo Pagot, o escoamento será pequeno na safra 2015/16 - de "500 mil toneladas no máximo". A expectativa é chegar a 1,8 milhão de toneladas em 2016/17 e a 3,5 milhões a partir de 2017/18. Mas, ele explica que os investimentos mais vultosos são justamente os que mais agregarão valor à rota logística - R$ 170 milhões no terminal privativo, R$ 251 milhões nas barcaças e empurradores e R$ 110 milhões na planta de processamento de soja, que será administrada por uma das sócias da Cianport.
Os planos da empresa para a região reverberam estratégias semelhantes de grandes grupos multinacionais que atuam no Brasil, como Bunge, Cargill e ADM. Todos têm grandes investimentos previstos em portos no Pará, que despontou como o mais novo canal de escoamento de grãos de Mato Grosso para o exterior. Hoje, a maioria esmagadora dos grãos embarcados do Brasil saem pelos portos do Sul e Sudeste, congestionados e mais distantes. Enquanto a concorrência se posicionou em Miritituba e em portos em Santarém e Barcarena, todos no Pará, a Cianport optou por Miritituba e subiu um pouco mais - levantou suas instalações portuárias no Amapá. A escolha tem relação com o potencial de expansão do plantio de soja no Estado amazônico, que complementaria a carga do Centro-Oeste, e com o fato de as lavouras estarem na "boca" do porto.
"Será a tonelada de soja mais rentável do mundo", afirmou um concorrente. "A soja sairá do campo direto para o porto da Cianport. Isso significa custo zero de frete ou US$ 100 a menos por tonelada de soja". Com boas condições climáticas e solo fértil, o Cerrado amapaense tem despertado o interesse de pequenos e médios produtores e até de grandes grupos vindos de regiões tradicionais. Estimativas do governo estadual apontam para um plantio potencial de até 350 mil hectares de soja no Amapá, ante os 9 mil atuais. (Fonte: Valor Econômico)
Aline Medeiros (Assessoria de Imprensa - CDSA)