Apesar das incertezas envolvendo o novo Código de Mineração, cuja votação está empacada no Congresso, o Brasil continua atraindo investidores no setor.
Ex-executivos de gigantes da área financeira, como os bancos JPMorgan e Bain Capital, anunciam hoje a captação de US$ 750 milhões para investimentos em mineração.
Do total, US$ 350 milhões foram alocados no fundo de "private equity" (compra de participação em empresas) Appian Natural Resources. O restante está em fundos que atuarão como coinvestidores.
O Brasil é um forte candidato a receber grande parte desse investimento, diz Michael Scherb, fundador do fundo sediado em Jersey. Segundo o executivo, mais de cinco projetos estão sendo avaliados no país.
"Queremos investir ao menos em dois deles muito em breve", afirma. A intenção é realizar a maior parte desses investimentos em dois anos.
O foco do Appian são projetos de médio porte para a extração de diferentes tipos de minério, de metais pesados ao ouro e à prata. Minas que exigem uma escala muito grande, como de minério de ferro, estão fora do radar.
No Brasil, um dos recursos de maior interesse é o potássio. "Há muito potencial para ser explorado. Existem depósitos no país, mas alguém precisa investir neles", diz. Segundo Sherb, abaixo das grandes mineradoras, como a Vale e a CSN, há bons projetos no país que necessitam de capital e equipe apta a desenvolvê-los. É essa lacuna que o fundo quer explorar.
O executivo, que assessorou empresas como Xstrata, BHP e Rio Tinto no JPMorgan, desenvolveu um novo modelo de negócios para o setor.
Além do financiamento, o Appian também vai fornecer suporte técnico às empresas. É uma forma de assegurar que os projetos sejam efetivamente entregues e de controlar prazos e custos. Entre os sócios, há geólogos e engenheiros de minas com passagens por empresas como Anglo American e Vale.
Sobre o novo Código de Mineração, Scherb acompanha o debate e acha natural que o governo rediscuta as regras que regem o setor desde 1960.
A intervenção governamental na mineração é constante e acontece em todo país", diz Scherb, que considera as atuais cobranças de royalties no país "razoáveis".
Em contêiner
O transporte de açúcar e de papel e celulose em contêineres chegará a 30% e 85%, respectivamente, do total dessas cargas movimentadas em portos brasileiros até 2030. A estimativa é da Santos Brasil, operadora do setor.
Como é hoje A minoria da carga desses importantes produtos para a pauta exportadora é transportada em contêiner: 15% no caso do açúcar e 45% no de papel e celulose em todo o país.
Motivações Os contêineres devem ganhar espaço nos próximos anos devido a menores índices de perdas e de danos no transporte, à maior flexibilidade na distribuição das mercadorias e a custos menores de fretes marítimos.
Prevenção Hong Kong vai abater cerca de 20 mil aves para conter a gripe aviária. Na segunda-feira, autoridades do país descobriram o vírus em frangos importados da China. As vendas de aves vivas de fazendas locais também foram proibidas.
Profissionalização A Associação Brasileira de Normas Técnicas abriu consulta pública para colher sugestões sobre a primeira norma técnica feita no país para o cultivo de peixes e de moluscos. As manifestações poderão ser feitas até 18 de março.
Objetivo O projeto aborda práticas visando maior produtividade, sanidade dos animais e garantia da produção de alimentos seguros.
Consequência A qualificação do setor pode contribuir para aumentar a produção da aquicultura no país, segundo Luiz Barretto, presidente do Sebrae. O órgão participou do debate para a formulação da norma.
Fonte: Folha de São Paulo/TATIANA FREITAS (interina)